Profissionais concursados da saúde protestam, desde as 8h30 desta quarta-feira (12), na
Avenida Agamenon Magalhães, em frente ao Hospital da Restauração (HR). Eles se
queixam da falta de diálogo com o governo de Pernambuco sobre a campanha de
reajuste salarial. O ato é organizado pelo Sindicato dos Auxiliares Técnicos de
Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), que pretende deixar bloqueado o sentido
Olinda/Boa Viagem da avenida por 24 horas.
Este é o 14º dia de protestos da classe, que diz tentar negociar o impasse com o governo
há seis meses. "Na primeira faixa do plano de cargos e carreiras, temos um salário-base
de R$ 774, o que é uma vergonha. É abaixo do salário mínimo. Queremos a
insalubridade, porque trabalhamos com agentes patológicos; adicional noturno, para
quem trabalha à noite; o quinquênio, que foi retirado; e a reposição de 10 anos de perdas
inflacionárias”, explica o presidente do Satenpe, Francis Herbert.
“Hoje, o ambiente de trabalho é caótico. Precisamos que haja respeito e dignidade. Que
haja uma política verdadeira para a saúde, e não essa que o governo vem apresentando.
Por isso vamos acampar aqui, por 24 horas, até que o governo nos dê pontos positivos
de nossa pauta, ou venha com trator e polícia nos tirar à força”, acrescenta Herbert.
A técnica de enfermagem Edilene Cavalcanti trabalha há 4 anos no Hospital Otávio de
Freitas, no Tejipió, e reclama do salário de R$ 774,00. "Precisamos de um aumento. É
imoral receber abaixo do salário mínimo previsto em lei e menos do que o piso da
profissão. Qual é a família hoje em dia que sobrevive com R$ 700?", reclama.
Outro lado
Em nota à reportagem, as secretarias estaduais de Saúde (SES) e Administração (SAD)
rebatem a acusação de falta de diálogo. A SES conta que "os serviços da rede estadual
de saúde estão em pleno funcionamento" e que "atua permanentemente para manter seus
hospitais abastecidos de insumos e medicamentos necessários para prestar a assistência
à população, além de trabalhar com determinação para resolver faltas pontuais. As
equipes de manutenção das unidades também atuam rotineiramente para resolver os
problemas nas estruturas físicas".
Já a SAD diz que "foram realizadas 11 reuniões de mesas específicas de negociação,
além de outras 30 reuniões de mesa geral com as respectivas entidades representativas
de classe. Tais negociações ensejaram acordos com ganhos financeiros para a categoria,
a exemplo do início do processo de avaliação de desempenho, que resultou em um
aumento salarial de 5% no primeiro ano e de 2,5%, no mínimo, nos anos subsequentes,
para os servidores bem avaliados".
"Outra reivindicação atendida foi a extensão da gratificação de desempenho nos
períodos de gozo de férias e licença prêmio. A SAD enfatiza que o governo do estado
está à disposição para o diálogo franco e permanente com as categorias do
funcionalismo público estadual", finaliza a nota.
Trânsito
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) ainda não contabilizou
o tamanho do engarrafamento, mas avaliando pelas câmeras de monitoramento do
órgão, a retenção inicia do ponto do ato, em frente ao HR, no Derby, e ultrapassa o
viaduto sob a Avenida João de Barros, no Espinheiro.
O tráfego está sendo desviado da avenida para a Rua João Fernandes Vieira, para tentar
diminuir o transtorno. Uma equipe de agentes e orientadores de trânsito foram enviados
até o local, para auxiliar os motoristas e motociclistas. O fluxo desviado vai pela
Fernandes Vieira e termina na Avenida Conde da Boa Vista – ponto em que o condutor
pode decidir se volta para a Agamenon, na altura da Praça do Derby, ou se segue pelo
bairro da Boa Vista.
https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2020/02/terceirizados-
bloqueiam-agamenon-magalhaes-e-cobram-salarios-atrasados.html